Instante.

Eu senti a sua pulsação purificando meu peito. E suas veias se alternavam pelo meu corpo no caminho oposto daquela distãncia tão certa que eu projetei para você.
Eu quis fugir do seu olhar. Quis desquerer aquele seu corpo que suplicava meu encaixe.
Eu quis não enxergar mais você, reflexo do meu espelho.
Mas o amor chegou. E invadiu. E se firmou.
Como naquele sonho, em que as minhas sutilezas encobriam os dissabores. Era somente e sempre o seu gosto na minha pele e toda sua atmosfera desenhada por meus traços tão incertos.
Eu era na sua. Totalmente sua. Santa. Puta. Sacana. Insana
E menina. E amor.
Também para quando o destino despertasse aquele olhar quieto...
E no tempo em que eu disfarçava para não te aceitar tão intenso no meu mundo rabiscado de sonhos e amores em alusão, você se aproximava sem pensamentos ou coisa alguma de caber qualquer entendimento.
Aos poucos e sutilmente, você foi salivando-me enquanto eu, ainda inerte, suspirava seus desejos.
E foi na nudez de nossas almas destemidas e na brevidade de quem esquece do amanhã, que nos amamos... Eram rastros, passos, era o profundo de cada um. O vermelho do seu fôlego de menino e o seu êxtase na cor do fogo de macho me fazendo mulher.
Novamente e sempre, sua. Inteira e entorpecida de um querer além...
Onde houvera adormecido o onírico e alí, no cálice dos anseios, me banhava nas verdades que explodiam do seu corpo.
Num momento de ser real. Puro e natural. E de se entregar aos encantos e aos espaços ainda abertos por entre nós.
Que de certo, eu já não saberia ser para sempre, nem desejava pensar.
Bastava-me tão e somente, suspirar naquela felicidade que brotava das suas delicadezas...

1 Doses sentimentais.:

Vitor Andrade disse...

Vc tem a incrivel mania de ser mágica! E o mais bonito, é a despretensão que as coisas fluem de vc!
te amo =*